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Imagine uma linda fazenda,
Com árvores e rios
Muitas frutas, plantações, grama verde,
Além de muito animais,
Que neste lugar também moravam
Tinha cachorro, vaca, boi, cavalo,
E também um jovem jumento
E é justamente sobre este último personagem
Que neste momento eu lhe falo
O jovem jumento enfrentava a sua lida diária,
Assim que o sol nascia,
Muitas tarefas lhe esperavam
E ele de prontidão fazia,
Carregava todo tipo de coisa,
Terra, água, pedra e até gente,
Subindo e descendo o morro,
Às vezes prestando socorro
A alguém que porventura precisava
Mas quando chegava a noite,
E as estrelas despontavam no céu
O jovem jumento já estava
Recolhido em sua pequena morada
E ali, era quando ele lembrava
De coisas que tinha ouvido
Estórias que outros animais
Contavam pela estrada
E ele ainda se perguntava
Se eram boatos, ou se faziam sentido
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Certa vez um boi lhe falou
Que um grande fato testemunhou
Enquanto estava em um rancho,
Perto de uma manjedoura
Dizia ele que tinha até gente,
Junto com alguns animais
E ali surgiram sinais
De que iria acontecer algo muito importante
Naquela data ou mais adiante
As estrelas daquela noite
Iluminaram o céu de uma forma tão intensa,
Que dava pra sentir, naquele lugar, uma paz imensa
Como se em todo o rancho estivesse pairando
Um divino e iluminado véu.
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E, por isso, toda noite
O jumento olhava para cima
Procurando, no céu estrelado,
Algum sinal, alguma coisa parecida
Porque ele sentia que isso mudaria sua vida
E poderia, enfim, encontrar um significado,
Poderia se sentir importante
Uma recompensa pelo trabalho pesado
E ele então seguiria adiante,
Feliz, enfrentando sua lida.
Mas os dias se passavam,
Com sol, chuva e vento,
E o jumento trabalhava,
Muitas vezes ao relento,
Mas ele jamais recusava
Qualquer desafio que aparecia na sua frente,
Ele imediatamente levantava a cabeça,
Colocava um sorriso na cara
E assim ele seguia,
Tocando sua vida adiante
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Mas, um dia, quando sol despontava no horizonte,
E iluminava toda a vegetação
Alguém veio buscar o jumento,
Com muita pressa e aflição
E, antes de saber o que estava acontecendo,
O jovem jumento assustado
Já caminhava pela estrada
Vendo muita gente, com galhos de mato na mão,
Ao longo de todo o caminho
Ele já imaginava que o seu dia havia chegado,
Morreria ali sozinho, mais um bicho sacrificado
E então ele percebeu, que não existia ameaça,
Era, na verdade, o seu dia de graça,
O que ele tinha sempre esperado
As histórias que ele ouviu,
Enfim ganharam significado
Era Domingo de Ramos,
E no jovem jumento deslumbrado,
Jesus Cristo ia sentado.
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Resolvi escrever esta estória porque,
Às vezes, a vida é leve, mas geralmente é pesada,
E por isso costumamos reclamar das várias pedras
Que surgem na nossa estrada
Mas hoje, eu acredito que,
Se recolhermos essas pedras, contruiremos uma escada,
Que nos levará à nossa melhor versão,
Ao melhor que podemos ser
Talvez mais humildes, ou quem sabe com mais gratidão,
Mas sem dúvida pessoas melhores
Capazes de perceber que o verdadeiro significado
Paira nas pequenas coisas
Que às vezes deixamos de lado
Obrigado por ter lido,
Vou terminando afinal, essa pequena reflexão
E aproveito pra desejar do fundo do coração
Que você consiga passar um lindo e abençoado Natal.